A pandemia da COVID-19 representou um marco sem precedentes na história recente, com impactos não apenas na saúde física, mas também na saúde mental da população mundial. O isolamento social, o medo da contaminação, as perdas pessoais, a insegurança econômica e as mudanças bruscas na rotina contribuíram para o aumento expressivo de casos de estresse, ansiedade e depressão, exigindo ações coordenadas em saúde pública e suporte psicossocial à população.
De acordo com o Ministério da Saúde, os transtornos mentais foram significativamente agravados durante a pandemia. O medo constante de adoecer ou perder entes queridos, aliado à incerteza sobre o futuro, tornou-se um gatilho para a intensificação de quadros de sofrimento psíquico.
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indicam que cerca de 60% das pessoas relataram sentir ansiedade durante o pico da pandemia, e o Brasil registrou aumento na busca por atendimento psicológico nos serviços de saúde pública.
Algumas populações foram especialmente afetadas, incluindo:
Profissionais da saúde, expostos à sobrecarga de trabalho e ao risco de contaminação;
Crianças e adolescentes, em virtude da interrupção das atividades escolares e da socialização;
Idosos, por conta do isolamento e da limitação de atividades;
Pessoas com transtornos mentais pré-existentes, com agravamento do quadro pela falta de acesso contínuo ao cuidado.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde e entidades como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendaram diversas estratégias para mitigar os efeitos emocionais da pandemia:
Manter uma rotina saudável: estabelecer horários regulares para sono, alimentação e lazer;
Praticar atividades físicas: mesmo que em casa, a atividade física é eficaz na redução de sintomas de ansiedade;
Buscar apoio emocional: conversar com familiares, amigos ou profissionais da saúde mental;
Limitar o consumo de notícias: evitar excesso de exposição a informações alarmantes ou não confiáveis;
Utilizar serviços de apoio psicológico remoto: como o TeleSUS e canais oferecidos por secretarias estaduais e municipais.
O fortalecimento dos vínculos afetivos e da rede de apoio social é essencial no enfrentamento de transtornos psíquicos. O acompanhamento por psicólogos, psiquiatras e equipes de saúde da família pode ser decisivo para a prevenção do agravamento de quadros clínicos.
Serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham papel fundamental na escuta qualificada e no acolhimento dos usuários do SUS.
É fundamental reconhecer os sinais de sofrimento emocional, combater o estigma associado aos transtornos mentais e garantir o acesso universal e integral aos cuidados em saúde mental.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude. Acesso em: 18 maio 2025.
BRASIL. Fundação Oswaldo Cruz. Saúde mental e pandemia: recomendações para a população. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2021. Disponível em: https://portal.fiocruz.br. Acesso em: 18 maio 2025.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Saúde mental e COVID-19: orientações para países das Américas. Washington, D.C.: OPAS/OMS, 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt. Acesso em: 18 maio 2025.